Você tem controle sobre a eficiência operacional do seu negócio? Sabe exatamente onde a sua operação de varejo está perdendo dinheiro? Conhece o real impacto das quebras e rupturas na sua rentabilidade?
Medir e otimizar o índice de eficiência operacional é a chave para responder a essas perguntas e, mais importante, para transformar potenciais prejuízos em lucro.
Muitas vezes, encaramos as perdas como uma parte inevitável do negócio. No entanto, e se mudássemos a perspectiva? E se, em vez de apenas “prevenção de perdas”, falássemos em “gestão da eficiência”?
Pois essa é a proposta que está ganhando força no setor, e que nós vamos detalhar neste artigo.
Vamos explorar os dados mais recentes da 25ª Pesquisa de Eficiência Operacional da ABRAS, um verdadeiro raio-x do varejo alimentar brasileiro.
Com base nessas informações, vamos detalhar o que é o índice de eficiência operacional, onde estão as maiores oportunidades de melhoria e, claro, como podemos atuar de forma estratégica para otimizar os resultados.
Vale lembrar que além de reduzir prejuízos, aumentar sua rentabilidade é um passo importante para garantir uma boa eficiência operacional. E, nesse sentido, nosso guia de pricing para supermercados pode ser um grande aliado.

O que é o Índice de Eficiência Operacional?
De forma simples, o índice de eficiência operacional mede o quão bem uma empresa utiliza seus recursos para gerar receita.
No contexto do varejo alimentar, pode ser compreendida como a capacidade de transformar os recursos (produtos comprados) em valor (produtos vendidos), minimizando as perdas ao longo do caminho.
Ele representa a porcentagem do faturamento que não foi perdida por problemas como quebras, furtos ou erros administrativos.
Ou seja, é o oposto do índice de ineficiência, também conhecido como índice de perdas.
Segundo os dados da ABRAS, o índice de eficiência operacional do varejo alimentar atingiu 98,11% em 2025, em comparação com 98,13% em 2024.
O índice de ineficiência operacional, por sua vez, registrou 1,89% em 2025, contra 1,87% no patamar anterior.
Pode parecer um número pequeno, mas o impacto é gigantesco. Isso significa que, para cada 100 milhões de reais faturados, cerca de R$ 1.890.000 são perdidos.
Agora, imagine esse valor escalado para o faturamento anual da sua empresa. É um número que merece, e muito, a nossa atenção.
Aliás, um dado interessante da pesquisa é que, embora o índice de eficiência tenha tido uma leve queda em relação ao ano anterior, o resultado é considerado um avanço.
Por que isso aconteceu? Porque a participação de produtos perecíveis, que naturalmente possuem um índice de perdas maior, aumentou significativamente nas lojas.
Isso demonstra que o setor está, na verdade, se tornando mais competente em gerenciar suas perdas, mesmo com uma operação mais complexa.
Onde estão as maiores perdas? Quais os 3 Grandes gargalos da eficiência operacional?
Para otimizar a eficiência, primeiro precisamos entender onde estão os “ralos” que levam o nosso lucro embora.
A pesquisa da ABRAS divide as perdas em três grandes alavancas estratégicas, nos dando um mapa claro das oportunidades.

- Quebra Operacional (68%)
Esta é, de longe, a maior fonte de perdas do setor. Ela representa todos os produtos que se tornam impróprios para a venda por motivos como avarias, validade expirada ou contaminação. O aumento de 59% para 68% na representatividade dessa alavanca pode indicar que mais varejistas estão medindo e reportando suas quebras, o que é um passo fundamental para a melhoria.
- Desvio Operacional (21%)
Aqui entram as perdas não identificadas, que incluem furtos (externos e internos) e erros de fornecedores. Houve uma melhora significativa nesta área, que caiu de 28% para 21% do total de perdas, mostrando um avanço nas estratégias de segurança e controle.
- Perdas Administrativas (11%)
Englobam falhas em processos internos, como erros de inventário, erros de cadastro de produtos e problemas na precificação.
Embora seja a menor das três alavancas, ainda representa uma fatia considerável do prejuízo.
Detalhando as causas: do prazo de validade ao furto externo
Quando aprofundamos a análise, os dados se tornam ainda mais reveladores e nos mostram exatamente onde devemos focar nossos esforços.
Principais causas das quebras operacionais
- Prazo de validade: responsável por 37% das quebras.
- Produtos impróprios para consumo: representam 28% das quebras.
- Produtos avariados: correspondem a 24% das quebras.
Principais causas dos desvios operacionais
- Furto externo (71% desta categoria)
- Erros de fornecedores (16%)
- Furto interno (19%).
Principais causas das perdas administrativas
- Erros de inventário (51%)
- Erros administrativos diversos (36%).
Esses números são um guia valioso. Eles nos dizem que, para melhorar o índice de eficiência operacional, precisamos de um plano de ação focado em gestão de validade, prevenção de furtos e acuracidade de inventário.
Como otimizar a eficiência operacional no seu varejo?
Com o diagnóstico em mãos, é hora de partir para a ação.
Otimizar o índice de eficiência operacional não é apenas sobre “tapar buracos”, mas sim sobre construir uma cultura de inteligência de negócio.
Gestão de prevenção de perdas
A abordagem sobre perdas não deve ser apenas sobre prevenir, mas sobre gerir riscos.
Os dados mostram que o furto externo é um problema grave. No entanto, a forma como lidamos com ele pode gerar riscos ainda maiores para a marca, como os de imagem e reputacionais, que podem ser devastadores.
A solução passa por investir em tecnologia, como sistemas de CFTV (circuito fechado de televisão) inteligentes e monitoramento, mas, principalmente, em treinamento.
As equipes precisam estar preparadas para abordar suspeitos de forma adequada, seguindo protocolos claros para não transformar uma tentativa de prevenção em uma crise de imagem.
Otimizando a gestão de estoque e validade
A maior causa de quebra operacional é o vencimento de produtos. Isso aponta diretamente para a necessidade de uma gestão de estoque e validade impecável.
As categorias mais críticas, segundo a ABRAS, são FLV (frutas, legumes e verduras), açougue, padaria e flores.
Implementar um sistema robusto de controle, como o PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai), é fundamental.
Além disso, é preciso ter processos claros para identificar produtos com validade próxima e criar ações para acelerar sua venda. Isso evita que o produto se torne uma perda total e, ao mesmo tempo, gera receita.
Processos administrativos e de fornecedores: acuracidade é a chave
Erros de inventário e problemas com fornecedores são fontes silenciosas, mas constantes, de prejuízo.
A chave aqui é a acuracidade. Processos de recebimento de mercadorias bem definidos e conferências rigorosas evitam que erros dos fornecedores entrem na sua loja.
Da mesma forma, inventários rotativos e periódicos, apoiados por tecnologia, garantem que os dados do seu sistema reflitam a realidade do seu estoque.
O Papel da precificação inteligente na eficiência operacional
Aqui, a tecnologia entra como uma protagonista para otimizar o índice de eficiência operacional.
Ferramentas de precificação inteligente podem ser a peça que faltava no seu quebra-cabeça para reduzir as perdas.
Imagine que um sistema de inteligência artificial analise o histórico de vendas, a elasticidade de preço do produto e o comportamento do consumidor para sugerir o desconto ideal, no momento certo, para garantir que aquele item seja vendido antes de se tornar uma perda.
Isso é o que a precificação inteligente faz. Essa estratégia transforma um problema (produto perto de vencer) em uma oportunidade (gerar receita e fluxo de clientes).
Com ferramentas preditivas como a previsão de demanda, por exemplo, você pode identificar qual a redução de preço mínima necessária para vender o produto, protegendo ao máximo as margens de lucro.
Além disso, ao analisar constantemente os dados de venda, essas ferramentas ajudam a identificar produtos com baixo giro, permitindo ações proativas antes que eles se tornem um problema de validade.
O futuro é eficiente
A jornada para melhorar o índice de eficiência operacional é contínua, como andar de bicicleta: é preciso manter o equilíbrio e olhar sempre para frente.
Os dados da ABRAS nos mostram que o setor supermercadista brasileiro está no caminho certo, mas que há muitas oportunidades para pedalar mais rápido.
A mudança de paradigma de “prevenção de perdas” para “eficiência operacional” é mais do que uma troca de nomes.
É uma nova forma de pensar o negócio, onde cada processo, da gestão de pessoas à tecnologia, é visto como uma peça de uma engrenagem maior que visa a máxima rentabilidade.
Investir em processos, treinar equipes e adotar tecnologias como a precificação inteligente não são mais diferenciais, mas sim necessidades para quem deseja se manter competitivo no mercado.
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