pessoa fazendo cadastro de produtos em supermercados e farmácias

Cadastro de produtos: 9 dicas para supermercados e farmácias

Você já parou para pensar em quantas decisões do seu dia dependem diretamente do cadastro de produtos? Já se perguntou por que, mesmo com boas estratégias comerciais, a margem ainda não reflete o esperado? Ou por que algumas análises de preço parecem “não bater” com a realidade da loja?

Essas situações são mais comuns do que parecem — e quase sempre têm uma causa em comum: erros ou inconsistências na base de dados. No varejo supermercadista e farmacêutico, onde trabalhamos com milhares de SKUs e atualizações constantes, um cadastro desatualizado pode custar muito caro. 

1. Entenda por que o cadastro de produtos é tão estratégico

O cadastro de produtos é o ponto de partida de toda a operação varejista. É onde estão armazenadas as informações que descrevem cada item vendido: nome, categoria, marca, código de barras, unidade de medida, peso, embalagem, custo, impostos e outras variáveis que alimentam sistemas de gestão, precificação, reposição e compras.

Em outras palavras, o cadastro é o DNA do produto dentro da operação. Sem ele, não há como analisar desempenho, precificar corretamente ou planejar promoções de forma inteligente.

No entanto, em muitos supermercados e farmácias, essa área ainda é vista como uma tarefa operacional, e não como parte estratégica da rentabilidade. O resultado? Bases despadronizadas, produtos duplicados, descrições inconsistentes e decisões comerciais tomadas com base em dados imprecisos.

Erros de cadastro são responsáveis por boa parte das divergências nas operações de varejo, impactando diretamente indicadores de margem e competitividade.

2. Conheça os desafios atuais no varejo supermercadista e farmacêutico para conseguir enfrentá-los

Gerir o cadastro de produtos em um ambiente dinâmico é um desafio constante. 

No varejo supermercadista, novos SKUs entram no mix semanalmente, seja por lançamentos, sazonalidade ou ajustes de fornecedores. 

Já no varejo farmacêutico, há o desafio adicional de lidar com regras da Anvisa, produtos controlados e políticas de substituição entre genéricos e similares.

Entre os desafios mais citados pelos gestores desses segmentos estão:

  • Falta de padronização entre lojas e centros de distribuição;
  • Dificuldade em manter sincronização entre sistemas;
  • Escassez de profissionais dedicados exclusivamente ao cadastro;
  • Tempo gasto com correção manual de erros;
  • Dificuldade em cruzar informações de custo, preço e concorrência.

Essas dores reforçam a necessidade de encarar o cadastro não como uma obrigação operacional, mas como uma ferramenta de inteligência competitiva.

3. Garanta as informações indispensáveis para um cadastro eficiente 

  • Identificação única: código de barras (ean/gtin), sku (stock keeping unit), código interno.
  • Descrição completa: nome do produto, marca, modelo, tamanho/volume, peso.
  • Características detalhadas: cor, sabor, tipo (por exemplo, no caso de alimentos: orgânico, diet, light; no caso de medicamentos: genérico, de referência, similar).
  • Informações logísticas: dimensões da embalagem, peso bruto e líquido, informações sobre paletização, número de itens por caixa.
  • Dados fiscais e tributários: ncm (nomenclatura comum do mercosul), cest (código especificador da substituição tributária), alíquotas de icms, pis, cofins.
  • Informações de fornecedor: código do fornecedor, preço de custo, condições de compra.
  • Preço de venda: preço de tabela, preço promocional, histórico de preços.
  • Dados de validade e lote: essenciais para perecíveis e medicamentos.
  • Imagens e descrições para e-commerce: se o seu negócio também atua online.

A complexidade e a variedade de produtos no varejo supermercadista e farmacêutico exigem um nível de detalhe ainda maior. 

Em um supermercado, por exemplo, não basta cadastrar “Arroz”; é preciso diferenciar “Arroz Branco Tipo 1 5kg X marca A” de “Arroz Parbolizado Integral 1kg Y marca B”. 

Na farmácia, a precisão é vital: “Paracetamol 500mg com 20 comprimidos Genérico Z” é diferente de “Paracetamol 750mg com 10 comprimidos de Referência W”. 

A falta dessas especificações leva a erros em cascata, como veremos a seguir.

4. Saiba como o cadastro pode afetar o lucro, para evitar este e impacto

Erros cadastrais não são apenas detalhes técnicos. Eles representam perdas financeiras reais.

Empresas que investem em qualidade de dados conseguem aumentar consideravelmente a precisão de suas decisões comerciais. No varejo, isso se traduz em preços mais competitivos e margens mais consistentes.

Veja a seguir alguns exemplos práticos.

No varejo supermercadista

Um erro de cadastro no peso líquido de um produto (por exemplo, “1kg” em vez de “900g”) pode gerar distorções nas comparações de custo por unidade e comprometer o preço médio da categoria. Se esse produto for de alto giro, como açúcar ou feijão, a perda se multiplica rapidamente.

Outro caso comum é o cadastro duplicado. Quando o mesmo produto aparece com códigos diferentes, o sistema de pricing trata cada SKU como único, e o varejista perde visibilidade sobre o comportamento real de venda e margem.

No varejo farmacêutico

Já no segmento farmacêutico, erros cadastrais impactam não só a precificação, mas também a conformidade regulatória. Um medicamento com código de barras incorreto pode causar problemas em auditorias da Anvisa ou dificultar o controle de produtos controlados.

Além disso, a falta de padronização em nomes comerciais e genéricos gera confusão nas análises de elasticidade, tornando mais difícil definir estratégias de preço por classe terapêutica.

5. Considere as necessidades do processo de precificação na sua gestão de cadastro de produtos

A precificação inteligente depende de dados confiáveis. Quando o cadastro apresenta falhas, o efeito se espalha por toda a operação — do ERP ao PDV.

Imagine um supermercado que cadastra “Arroz Tipo 1 5kg” e “Arroz Branco 5 kg” como produtos diferentes. Para o sistema, são dois SKUs distintos, mesmo sendo o mesmo item na gôndola. Isso faz com que os relatórios de preço médio fiquem distorcidos e os algoritmos de precificação automática reajustem valores de forma incorreta.

Em uma farmácia, o problema é ainda mais sensível. Um simples erro de unidade, como cadastrar “Paracetamol 500mg” e “Paracetamol 750mg” sem diferenciação clara, compromete qualquer comparação de preços com a concorrência. O resultado pode ser um preço desalinhado — seja muito abaixo da margem ideal ou alto o suficiente para afastar o cliente.

Por isso, a qualidade do cadastro de produtos é o primeiro filtro da precificação inteligente. Se os dados não refletem a realidade do mix, a inteligência de pricing perde precisão.

Em termos práticos, o cadastro influencia diretamente:

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6. Saiba como identificar e corrigir erros no cadastro de produtos

Antes de otimizar, é preciso diagnosticar. E o diagnóstico começa cruzando dados entre sistemas.

  • Mapeie inconsistências: compare descrições, categorias, unidades e códigos de barras em diferentes plataformas (ERP, PDV, BI).
  • Identifique duplicidades: use relatórios de similaridade para localizar produtos que aparecem mais de uma vez com nomes parecidos.
  • Analise divergências de custo e preço: diferenças fora do padrão podem indicar falhas no cadastro.
  • Padronize regras de nomenclatura: defina um modelo único para nomear produtos — por exemplo: [Marca] + [Descrição] + [Peso/Volume].
  • Estabeleça campos obrigatórios: como EAN, categoria, unidade e fornecedor.

Um bom caminho é criar um protocolo interno de qualidade de dados, com revisões periódicas e indicadores de precisão.

7. Comece a prevenir ao invés de corrigir, é bem mais lucrativo

Corrigir uma base desorganizada consome tempo e recursos. Prevenir, por outro lado, garante eficiência operacional e decisões assertivas.

Aqui estão algumas boas práticas para manter o cadastro de produtos sempre atualizado:

Boas práticas para otimizar o cadastro de produtos

Um bom cadastro não se constrói apenas com correções pontuais, mas com processos estruturados e revisões contínuas. A seguir, algumas práticas que ajudam a manter a base de dados saudável e garantir que a precificação reflita a realidade do negócio.

  • Padronize nomenclaturas e campos obrigatórios
    Defina um modelo único para o preenchimento de informações, evitando abreviações diferentes para o mesmo produto (como “shampoo anticaspa 400ml” e “shamp. anticaspa 400 mL”). Essa padronização é essencial para análises comparativas e para garantir que os algoritmos de precificação e ruptura identifiquem corretamente cada SKU.
  • Automatize o processo de atualização
    Integre sistemas e use soluções que automatizam o cadastro e a atualização de informações — especialmente quando há milhares de SKUs. Ferramentas que validam dados em tempo real reduzem o risco de erro humano e aceleram o processo.
  • Crie rotinas de auditoria cadastral
    Agende verificações periódicas para revisar categorias, unidades de medida, preços de custo e códigos de barras. Essa prática evita distorções acumuladas e garante que as decisões de preço e margem estejam baseadas em informações confiáveis.
  • Envolva as áreas de pricing, comercial e TI
    Um cadastro eficiente é responsabilidade compartilhada. Quando pricing, comercial e TI trabalham de forma integrada, o fluxo de informações é mais preciso e as atualizações são refletidas em todas as etapas da operação.
  • Use o cadastro como base da inteligência de negócio
    Com dados corretos, é possível gerar relatórios de rentabilidade por categoria, elasticidade de preço e desempenho regional — transformando o cadastro de produtos em um verdadeiro ativo estratégico.

8. Entenda e valorize o papel do cadastro de produtos na sua tomada de decisão

No varejo moderno, decisões comerciais precisam ser rápidas, baseadas em dados e alinhadas à estratégia. E para isso, a qualidade do cadastro de produtos é decisiva.

Um cadastro confiável permite, por exemplo:

  • Entender a margem real por categoria e identificar oportunidades de recomposição.
  • Comparar preços com a concorrência de forma precisa, apoiando ajustes automáticos via ferramentas de pricing.
  • Calcular elasticidade de demanda, identificando quais produtos respondem melhor a promoções.
  • Planejar sortimento e mix ideal, com base no desempenho real de cada SKU.

Quando o cadastro falha, o efeito é o oposto: relatórios inconsistentes, decisões desalinhadas e estratégias comerciais baseadas em dados que não refletem a realidade da loja.

9. Use o cadastro de produtos como alicerce da sua rentabilidade

No fim das contas, um bom cadastro de produtos é o ponto de partida de toda estratégia de rentabilidade no varejo. Ele conecta áreas, alimenta sistemas e sustenta decisões comerciais que impactam diretamente o resultado financeiro.

Supermercados e farmácias que tratam o cadastro como ativo estratégico — e não apenas como obrigação — conseguem precificar com mais confiança, automatizar processos e reduzir perdas de margem.

Na InfoPrice, acreditamos que dados confiáveis geram decisões inteligentes. E decisões inteligentes geram lucro.

Então, antes de pensar em novas promoções, reajustes de preço ou estratégias de margem, vale a pena se fazer uma pergunta:

Seu cadastro de produtos está pronto para sustentar uma precificação inteligente?

Se quiser ainda mais dicas de como otimizar a rentabilidade do seu varejo, confira nossos materiais gratuitos.

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