Já se preparou para o reajuste CMED deste ano? Confira algumas dicas para não perder rentabilidade.
Neste conteúdo, você entenderá o que é o reajuste CMED, quais são os critérios usados para o seu cálculo, impactos para as farmácias e como se preparar. Acompanhe.

O que é o reajuste CMED e quando acontece?
Anualmente, acontece o reajuste CMED no Brasil. Trata-se da alteração dos preços de medicamentos, regulamentada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).
As mudanças podem impactar consideravelmente a precificação do varejo farmacêutico. Por isso, é imprescindível compreendê-las e como trabalhar as margens diante dessas modificações.
Ou seja, o reajuste CMED é a atualização anual dos preços de remédios. Ele é realizado pelo órgão interministerial, que estabelece diretrizes para essas mudanças. O objetivo é o equilíbrio entre a acessibilidade dos medicamentos e a sustentabilidade econômica do setor.
A portaria oficial que define os percentuais de aumento geralmente é divulgada no final do terceiro mês do ano. Assim, a vigência da modificação se dá a partir de 31 de março.
O que é a tabela de competitividade do reajuste CMED?
Além da fórmula, é preciso levar em conta outro elemento na formação do novo preço: a tabela de competitividade. Os medicamentos são classificados em três níveis de competitividade, que influenciam os percentuais de reajuste:
- Nível 1: produtos com maior competitividade, geralmente aqueles com várias alternativas no mercado — como dipirona e paracetamol;
- Nível 2: itens de competitividade intermediária, com algumas opções substitutas — como anti-hipertensivos e medicamentos para colesterol;
- Nível 3: produtos com menor concorrência, muitas vezes monopolizados por poucas empresas — como medicamentos biológicos e órfãos (para pacientes com doenças raras).
Quais as definições de aumento para 2025?
O reajuste médio permitido por lei para os preços de medicamentos em 2025 será de 3,83%. Esta informação foi divulgada pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). É importante notar que este percentual é o menor desde 2018 e ficou abaixo da inflação acumulada no período, que foi de 5,06%.
A Resolução CM-CMED 1/2025 estabeleceu diferentes níveis máximos de ajuste para 2025, aplicáveis a diferentes grupos de medicamentos segundo o grau de concentração de mercado.
Para medicamentos com maior concorrência (Nível 1), o ajuste máximo permitido é de 5,06%.
Para medicamentos de média concorrência (Nível 2), o reajuste máximo é de 3,83%.
Já para medicamentos com pouca ou nenhuma concorrência (Nível 3), o ajuste máximo é de 2,60%.
Esses diferentes níveis de reajuste refletem a tentativa da CMED de equilibrar a acessibilidade dos medicamentos com a sustentabilidade econômica do setor, considerando a dinâmica competitiva de cada segmento.
É crucial entender que o reajuste autorizado pela CMED estabelece o preço máximo que pode ser cobrado pelos medicamentos. Isso não implica um aumento automático nos preços para o consumidor, sendo comum encontrar medicamentos com descontos sobre esse valor máximo.
Por exemplo, para os medicamentos de nível 1, que possuem maior concorrência, dados de 2024 mostraram uma média geral de quase 60% de desconto pelos fabricantes.
A definição desse teto busca proteger os consumidores de aumentos abusivos, garantindo o acesso a medicamentos, enquanto permite ao setor farmacêutico compensar impactos de custos para a continuidade do fornecimento
Qual o histórico de reajustes CMED?
Confira a média dos últimos aumentos de medicamentos:
Ano | Reajuste máximo (%) |
2015 | 7,70 |
2016 | 12,50 |
2017 | 4,76 |
2018 | 2,84 |
2019 | 4,33 |
2020 | 5,21 |
2021 | 10,08 |
2022 | 10,89 |
2023 | 5,60 |
2024 | 4,50 |
2025 | 3,90 (estimado) |
Como o reajuste CMED é calculado?
A CMED utiliza uma fórmula que considera diversos fatores para chegar ao percentual de reajuste dos medicamentos. Então, ele é calculado desta forma:
Variação Percentual do Preço do Medicamento (VPP) = IPCA – X + Y + Z
Em que:
- Inflação acumulada (IPCA): Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a variação de preços no país;
- Fator X: Representa o nível de produtividade repassado ao consumidor;
- Fator Y: Reflete o ajuste de preços relativos entre setores econômicos;
- Fator Z: Ajusta os preços com base no mercado externo, definido pela CMED em função da produtividade do setor.
Logo, uma série de aspectos econômicos são considerados para que o órgão chegue ao valor real do reajuste dos medicamentos.
Quais são os impactos do reajuste CMED no varejo farmacêutico?
O reajuste CMED pode gerar diversas implicações para o varejo farmacêutico. Por isso, é essencial entender esses impactos para adaptar as estratégias de precificação e negociação. Entre os principais impactos no varejo farmacêutico, podemos mencionar:
- alteração nas margens de lucro: o aumento dos preços pode reduzir a lucratividade, especialmente em produtos de alta rotatividade;
- pressão nas estratégias de precificação: farmácias precisam ajustar seu pricing com cautela para não perder competitividade;
- necessidade de renegociação com fornecedores: é importante revisar contratos para buscar condições mais vantajosas;
- ajustes operacionais: a atualização de sistemas e a revisão de políticas de preço são essenciais;
- repercussão no atendimento ao cliente: aumentar os números nas etiquetas pode afetar a percepção de valor pelos consumidores;
- necessidade de monitoramento constante: acompanhar as mudanças da concorrência e do mercado garante a manutenção da competitividade.
Com a preparação adequada, os varejistas conseguem minimizar os efeitos do reajuste e manter sua operação estável.
Como as farmácias podem se preparar para o reajuste CMED?
Diante de um cenário de alta nos preços, o que o varejo pode fazer para minimizar impactos? A seguir, veremos boas práticas.
Faça a revisão de custos e margens
Analise detalhadamente os gastos e lucratividade para antecipar os efeitos do reajuste. Isso permite tomar decisões informadas sobre onde absorver aumentos e onde repassá-los ao consumidor.
Renegocie com fornecedores
A revisão dos contratos e busca por condições mais vantajosas podem diminuir possíveis impactos negativos da mudança. Alternativas de fornecimento e negociações mais flexíveis ajudam a mitigar o repasse direto ao consumidor.
Elabore um planejamento de estratégias de marketing e vendas
Campanhas promocionais e programas de fidelidade ajudam a suavizar a percepção do aumento. Bundles e descontos progressivos são ações que podem ser usadas para manter a atratividade dos produtos.
Treine a equipe
Capacitar os colaboradores para que compreendam os reajustes e saibam comunicá-los aos clientes de forma clara e confiante ajuda a manter a transparência da marca.
Monitore o mercado e a concorrência
Acompanhe as estratégias dos concorrentes para manter a competitividade e garantir uma percepção positiva dos preços praticados. Neste sentido, você pode contar com a InfoPrice para monitorar bilhões de preços do mercado. Saiba mais sobre o maior painel de pesquisa de preços do Brasil, ISA — InfoPanel.
Atualize sistemas de precificação
Ferramentas de inteligência de preço são essenciais para monitorar as mudanças regulatórias e ajustar os valores de forma dinâmica e estratégica. Com IPA — Software de Precificação, você tem precisão e agilidade para uma gestão assertiva.
Conte com a InfoPrice para mitigar impactos do reajuste CMED
As soluções ISA – InfoPanel e IPA – Software de Precificação o ajudarão a tomar decisões baseadas em dados. A inovação tecnológica também permite identificar tendências e ajustar ações de forma rápida.
Além disso, os insights gerados colaboram para proteger margens de lucro e a manter a competitividade. Assim, a automação e o acesso a informações atualizadas transformam desafios em oportunidades e contribuem para o sucesso do negócio.
Então, prepare-se para enfrentar o reajuste CMED protegendo as suas margens de lucro. Conheça detalhes sobre as soluções InfoPrice para farmácia e agende uma demonstração.