Planograma de Supermercado: o que é e como otimizar?

Atualizado em

Em meio a tantas opções nas prateleiras, a disposição dos itens em um supermercado é fator determinante para o seu sucesso. Nesse sentido, o planograma de supermercado colabora para a organização estratégica das mercadorias no varejo.

Também conhecido “plano de gôndola”, o método ordena os itens no ponto de venda (PDV) considerando os hábitos de compra dos shoppers e a oferta do negócio.

Quer saber detalhes sobre o planograma de supermercado e como ele pode gerar melhores resultados ao varejista? Então, confira esta lista de perguntas e respostas que selecionamos para você.

Planograma de supermercado — perguntas e respostas

Ainda que a experiência e a intuição do proprietário, da gestão e dos demais funcionários colaborem para a organização e exposição dos itens no PDV, é preciso ter método

Dessa forma, o planograma é bastante útil para o trabalho de visual merchandising e impacta o resultado dos supermercados já que é capaz de gerar mais vendas e a fidelização da clientela.

Veja, a seguir, as respostas às principais perguntas sobre o tema e esclareça as suas dúvidas com a InfoPrice.

O que é planograma de supermercado?

O planograma, de forma simplificada, é um “desenho” que aponta a localização exata de cada item na gôndola, prateleira ou expositor seguindo uma ordem pré-determinada, conforme o sortimento ou categoria.

De acordo com a Associação ECR Brasil, em seu Manual de Gerenciamento por Categoria, o plano de gôndola de supermercado é uma:

Representação gráfica na escala de uma gôndola ou seção de gôndola que mostra cada posição de produto/item e as dimensões dos fixadores utilizados para exibi-los”.

O manual complementa a definição informando que o planograma “é a forma de comunicar a distribuição do sortimento a quem faz a reposição na loja”. Assim, ele contribui para o trabalho de gestores, expositores e profissionais de visual merchandising. 

O desenho determina, além da posição do item, a:

  • Quantidade de mercadoria exposta;
  • Extensão da fileira de produtos;
  • Altura da coluna de itens; e
  • Separação entre as mercadorias.

Dessa forma, trata-se de uma “planta baixa” que define o ordenamento dos produtos no ponto de venda e colabora para a orientação do pessoal que organiza o PDV.

Qual é a importância do planograma?

Como dissemos, não é possível contar apenas com expertise da equipe; então, é preciso registrar a maneira como a mercadoria deve ser disposta no varejo.

Nesse sentido, o planograma desempenha um papel crucial no sucesso de um supermercado já que contribui para a organização estratégica dos produtos nas prateleiras com determinado padrão. 

Além disso, é fundamental reconhecer que, diante de uma ampla variedade de alternativas disponíveis, a disposição adequada dos itens é muito importante para atrair consumidores e aumentar as vendas.

Então, ao implementar um plano de gôndola, o varejista precisa considerar os hábitos de compra de sua clientela a fim de determinar a organização mais eficaz.

Vale observar que o planograma não apenas determina a posição dos produtos, mas também a quantidade de mercadorias expostas, a extensão das fileiras de produtos, a altura das colunas e a separação entre as mercadorias. 

Como vimos, ele é uma espécie de “planta baixa” que define o modo como os produtos serão exibidos no PDV, sendo de grande utilidade para orientar os funcionários responsáveis pela organização da loja.

Em resumo, podemos dizer que o plano de gôndola é importante porque colabora para a ordenação estratégica dos itens no PDV, otimiza a disposição dos produtos no supermercado e colabora para a eficiência da equipe.

O que levar em consideração ao montar um plano de gôndola?

O planograma deve indicar, exatamente, qual é o espaço a ser ocupado por cada categoria. Segundo a Associação ECR, a determinação dessa localização deve ser feita conforme:

  • Giro das mercadorias;
  • Estoque em gôndola;
  • Importância da categoria; e
  • Lucratividade.

De modo isolado, podemos dizer que quanto maior é o giro dos produtos, maior é a necessidade de espaço no PDV, por exemplo. Ou quanto menos lucratividade uma categoria tiver, menos destaque ela deve receber na disposição das mercadorias.

Esses fatores precisam ser analisados com cuidado isoladamente e em conjunto, a fim determinar o critério de importância dos itens e a sua consequente posição nos expositores. É importante considerar, ainda, as demandas específicas de cada uma das unidades do supermercado — quando, houver, é claro.

Além disso, é importante considerar a chamada “árvore de decisão do shopper” — isto é, os seus critérios de escolha. Assim, deve-se mapear os elementos que são relevantes para o comprador em sua jornada.

Você também pode analisar outros fatores no desenho do plano de gôndola, como experiência do consumidor, estímulos de compra e visibilidade dos itens segundo a marca.

Então, o supermercado cria uma estrutura visual a fim de colaborar para o processo de aquisição das mercadorias pelo cliente e, também, para profissionalizar a organização do PDV.

Técnicas para aplicar no planograma

Agora que você conhece alguns detalhes sobre o plano de gôndola, é hora de pensar em maneiras para aplicá-lo com sucesso em sua empresa. 

Existem diferentes técnicas de exposição dos itens, das quais destacamos: cross-merchandising, zonas quentes e frias, e planograma sazonal. Confira: 

  • Cross-merchandising: a venda cruzada é uma técnica que consiste em agrupar produtos complementares próximos uns aos outros. Essa estratégia estimula compras adicionais já que os clientes são incentivados a adquirir itens relacionados. Por exemplo, dispor molho de tomate, queijo ralado e massa lado a lado pode incentivar a clientela a adquirir o conjunto de produtos, aumentando o valor médio do carrinho de compras.
  • Zonas quentes e frias: a aplicação de zonas quentes e frias no planograma envolve a identificação de áreas de maior e menor visibilidade nas prateleiras. As zonas quentes são aquelas de alta visibilidade, geralmente localizadas ao nível dos olhos dos clientes, e são ideais para destacar produtos com maior lucratividade. Por outro lado, as zonas frias são menos visíveis e podem ser utilizadas para itens de alto giro e que são frequentemente procurados pelo shopper.
  • Planograma sazonal: outra técnica eficaz é o ajuste do planograma com base nas diferentes épocas do ano ou eventos sazonais. Isso envolve alterar a disposição dos itens para se alinhar com datas comemorativas, como Natal, Páscoa ou Festa Junina. Ao adaptar o plano de gôndola segundo as demandas de cada período, você pode destacar os produtos sazonais, criar um ambiente temático e atrair a atenção dos clientes para mercadorias relacionadas à ocasião.

Então, ao aplicar técnicas como essas ao planograma, você pode usar os espaços do supermercado com estratégia e, então, gerar melhores resultados ao negócio.

Como montar um planograma de supermercado?

Agora que você sabe o conceito, além dos principais elementos e técnicas para aplicar ao plano de gôndola, é hora de conferir o passo a passo para a sua elaboração:

Passo 1: estude o seu público-alvo

A disposição dos itens dos supermercados varia, sobretudo, conforme os hábitos de consumo da clientela. Inclusive, cada unidade de uma rede varejista pode organizar a mercadoria em seu ponto de venda de maneira diferente em função dos shoppers.

Então, avalie cuidadosamente como os compradores se comportam na loja, que itens eles buscam com mais frequência, qual é o ticket médio, pontos divergentes da jornada de compra, entre outros aspectos.

Passo 2: estude o seu estoque

Nesse ponto, temos a informação sobre os itens mais desejados pelo público; então, verifique quais categorias e produtos são mais vantajosos ao negócio. Para isso, faça o trabalho de casa e avalie o que traz melhores retornos à empresa, considerando aspectos como a Curva ABC de produtos

Passo 3: destaque os produtos mais vantajosos e distancie os itens mais procurados

Agora, é preciso pensar estrategicamente na disposição das mercadorias no plano de gôndola. 

Itens com altas margens de lucro devem ser priorizados e destacados no PDV, como vimos na técnica de zonas frias e quentes. Então, posicione-os em locais de grande circulação — como próximo ao check-out, por exemplo.

Já produtos com alta recorrência — como o pãozinho de todo dia — devem ficar em locais distantes, fazendo com que o shopper percorra a loja a fim de encontrá-los. Dessa forma, ele terá contato com outras ofertas e haverá mais chance de aumentar o ticket médio. 

Passo 4: crie o planograma e o distribua

Assim que o plano de gôndola for desenhado, o entregue aos profissionais responsáveis pela gestão e exposição dos itens nas gôndolas. Explique a proposta, tire dúvidas e acompanhe o processo de implantação.

Essa etapa é tão importante quanto a de planejamento. Portanto, dedique um tempo para orientar a equipe e para colocar o plano em prática.

Passo 5: monitore e avalie o planograma

Por fim, estabeleça um período para conferir se as estratégias adotadas foram positivas, analisando métricas ao final do prazo estabelecido. Então, avalie o resultado, corrija falhas e implante melhorias.

Como otimizar o planograma?

O planograma serve para estruturar a disposição dos produtos de um supermercado visando proporcionar a melhor experiência ao shopper e gerar boas vendas ao varejo, certo? Assim, ele “personaliza” a organização dos itens conforme o seu estoque e os hábitos de compra do público.

Nesse sentido, para que o plano de gôndola seja um sucesso, selecionamos para você algumas dicas:

O espaço no varejo físico é finito, portanto, use-o com sabedoria

Utilize o espaço disponível no supermercado de forma inteligente e estratégica. Como a área é limitada, é fundamental otimizá-la para que a exposição dos produtos seja eficaz e facilite a circulação dos clientes. 

Prateleiras bem organizadas, o aproveitamento vertical e o uso de expositores adequados são algumas ações que otimizam a área do supermercado.

Se tiver alguma tática de gerenciamento de categorias com seu fornecedor, inclua-a no plano

Muitos fornecedores possuem estratégias específicas para promover suas categorias de produtos, colaborando ativamente com os varejistas em benefício das vendas.

Ao incluir essas táticas no planograma, você pode beneficiar-se de uma melhor exposição e aumento na comercialização desses itens, além de fortalecer o relacionamento com os fornecedores.

Calcule o share de gôndola

O share de gôndola refere-se à proporção de espaço ocupado por determinada categoria ou marca nas prateleiras em relação ao espaço total disponível. 

Ter esse dado em mãos é importante para garantir um equilíbrio adequado entre as mercadorias, considerando a demanda dos clientes e a estratégia de cada produto. 

Ao equilibrar o share de gôndola, você evita o excesso de espaço para algumas categorias e a escassez para outras, garantindo uma oferta equilibrada e uma melhor experiência de compra.

Tenha critérios claros de exposição

Definir parâmetros para organizar os produtos no planograma é essencial a fim de garantir padrão e consistência ao plano, além de facilitar a navegação dos clientes no supermercado. 

Esses critérios podem incluir a ordenação por categorias, a segmentação por marcas, a disposição de produtos de alto giro em locais estratégicos, entre outros. 

O importante é identificar o que faz sentido para a empresa e para o comprador, encontrando um ponto de equilíbrio que beneficie os dois lados.

Ouça o que clientes e a sua equipe têm a dizer sobre o ponto de venda

Por fim, reserve um tempo para ouvir atentamente as opiniões dos compradores, colabores e demais stakeholders em relação à disposição dos produtos no ponto de venda. 

Os clientes podem fornecer insights valiosos sobre suas preferências e necessidades, apontando categorias, marcas, localizações no PDV e outros feedbacks.

A equipe de vendas, por sua vez, é capaz de compartilhar observações e sugestões com base em sua interação direta com os clientes, além da prática adquirida no dia a dia de trabalho. 

Fornecedores e outros agentes do mercado também podem ajudar com dicas e sugestões interessantes sobre a disposição das mercadorias, otimizando práticas e a elaboração do planograma.

Essas informações são úteis para aprimorar o plano, adaptando-o às demandas do público-alvo e garantindo uma experiência de compra satisfatória.

Por fim, esperamos que esse conteúdo seja bastante proveitoso para você otimizar a organização da sua loja e, assim, gerar resultados ainda melhores para a sua empresa!

Para saber mais sobre o universo do varejo, confira este conteúdo que preparamos para você: Mix ideal para Supermercado, saiba como definí-lo em apenas 5 passos.

2 comentários em “Planograma de Supermercado: o que é e como otimizar?”

  1. Muito bom texto, se tiver um software de gestão de espaço ajuda muito para efetuar mas no gerenciamento de categoria.
    Outro assunto bom é gestão de sortimento.

    Responder
    • Obrigado pela leitura do texto. Sim, inclusive já fizemos um texto sobre sortimento aqui. Ah, e no nosso painel de preços é possível analisar o sortimento dos concorrentes e analisar o preço de cada rede, saiba mais aqui: http://bit.ly/3KhrjDY ⬅️

      Responder

Deixe um comentário