Atacarejo é a palavra que reúne os termos “atacado” e “varejo”; e se refere a empresas que vendem produtos para os dois tipos de público ao mesmo tempo. Fora do país, este tipo de comércio é conhecido como cash and carry - que, em tradução para o português, significa algo como “pegue e leve”.
Mesmo em um cenário desfavorável para o comércio brasileiro, o atacarejo teve destaque de crescimento no ano de 2021, em plena pandemia do coronavírus, segundo levantamento feito pela McKinsey e obtido com exclusividade pelo Estadão.
O modelo vem ganhando espaço no Brasil entre hipermercados, supermercados, atacadistas e outras empresas do mesmo setor. Com seus preços baixos e autoatendimento (conhecido como cash and carry), o formato está sendo aderido pelo consumidor brasileiro.
Entretanto, manter o posicionamento e precificação tão agressivos exige bastante atenção dos empresários do atacarejo.
A seguir, vamos conversar sobre o cash and carry e como ele vem avançando no mercado brasileiro neste segmento que mescla atacado e varejo. Fique com a gente e confira!
O formato Atacarejo
O formato ganhou destaque com a fundação da Metro AG, em 1964, por Otto Beisheim. A loja alemã foi uma das pioneiras do segmento, internacionalizando o modelo norte-americano.
Em resumo, o conceito se refere às empresas que vendem no atacado e varejo, ao mesmo tempo, e que permitem o autosserviço no ponto de venda (PDV). Dessa forma, os clientes chegam, escolhem os itens e se dirigem ao caixa para finalizar a compra.
Justamente pelo baixo grau de serviços oferecidos ao comprador, o modelo de negócio tem menos gastos e, portanto, consegue manter níveis mais baixos de preço em relação a outros formatos.
O atacarejo tem custos entre 10% e 15% menores do que os demais tipos de empresas do setor, como aponta a Associação Brasileira dos Atacadistas de Autosserviço (ABAAS).
De acordo com SA Varejo, o cash and carry chegou no Brasil como um comércio de atendimento ao público de pequenos compradores de atacado e a famílias de baixa renda.
Com o passar dos anos, o atacarejo entrou no gosto dos brasileiros e conseguiu chegar a públicos com maior poder de compra e níveis altos de exigência.
Ainda segundo a SA Varejo, atualmente o atacarejo representa quase 30% do setor no país.
Como o atacarejo funciona
Para o comprador, o atacarejo é um espaço amplo onde ele pode comprar itens a preço de atacado (para aquisições de maior volume) ou a preço de varejo.
Mesmo neste último formato, a tendência é que os valores sejam menores do que em outros tipos de comércio, uma vez que o modelo tem custos mais baixos do que outros lojistas.
Mas, ao contrário do encontrado em hipermercados, supermercados e lojas de bairro, o cliente não tem acesso a serviços como a manipulação de alimentos ou a embalagem das compras.
Outra característica do atacarejo é que o seu sortimento é menor do que o mantido por lojistas dos demais formatos.
Além disso, os meios de pagamento tendem a ser mais restritos do que os oferecidos em outros tipos de comércio.
As limitações na oferta de itens e de serviços é uma maneira de conter gastos e manter preços menores do que o de outros modelos de negócio.
Entretanto, com o aumento e diversificação do público, a demanda por mais serviços também cresceu por parte dos brasileiros adeptos ao cash and carry.
Em entrevista à SA Varejo, o consultor Sandro Benelli pondera:
“Quando comecei em hipermercado, ele era parecido com o atacarejo. O consumidor exigiu mais serviços e o formato não conseguiu sobreviver. A curva de custos tem que ser baixa para não levar o modelo ao declínio, como ocorreu com o hiper”.
A adoção de novos serviços - como opção de carrinhos de compras menores e aceitação de muitas formas de pagamento - , e o crescimento da variedade dos itens são estratégias que precisam ser vistas com cautela pelo atacarejo brasileiro.
Estratégias de preço para o atacarejo
Como vimos, os preços baixos são um dos principais atrativos do cash and carry. Para manter as ofertas com valores abaixo dos outros segmentos, o atacarejo precisa estar sempre atento à sua precificação.
De forma resumida, podemos dizer que a formação do preço é baseada na soma dos custos, das despesas e do lucro desejado pela empresa, certo?
Considerando que os gastos do atacarejo são reduzidos, o segmento consegue obter vantagens na hora de precificar os seus itens.
Paulo Ferezin, da KPMG, acredita que o cash and carry precisa seguir estes números:
- 10 milhões de reais ou mais de vendas loja/mês
- 10% de custo operacional sobre a receita
Para efeito de comparação, o custo operacional fica em torno de 20% do faturamento em outros tipos de comércio, segundo a SA Varejo.
Além de permanecer com gastos baixos, é preciso manter boas relações com os fornecedores. Geralmente, o atacarejo tem um restrito sortimento de produtos para que ele consiga negociar grandes volumes com as marcas e otimize seu ganho de escala.
Assim, quanto maior a compra, via de regra, menor será o custo final dos itens negociados. Consequentemente, menores serão os preços que chegam até o consumidor.
Outro elemento importante para o pricing do atacarejo é o acompanhamento da concorrência. Isto é, ele precisa monitorar os valores praticados por outros estabelecimentos cash and carry a fim de precificar melhor os seus produtos.
Com o monitoramento dos concorrentes, este tipo de comércio consegue verificar quais são os preços que estão ocorrendo no mercado e, ainda, pode negociar melhor com seus fornecedores.
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